quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

JOSÉ SAMPAIO

José de Aguiar Sampaio nasceu a 02 de maio de 1913, na cidade de Carmópolis, filho de Gaspar Leite Sampaio e de Honorina de Aguiar Sampaio. Sua avó paterna Margarida A. Aguiar deu outro nome a ele chamando-o de Bisuca.
Estudou as primeiras letras na Escola Particular de Dona Sirena Prado Silva, na cidade de Carmópolis.
Ainda na adolescência manifestou sua paixão pela poesia, passando o tempo a ler e escrever versos.
Com a transferência de seus pais para a cidade de Riachuelo, no final da década, de 15 para 16 anos de idade, Bisuca ingressa no jornalismo local que contava com dois jornais ­"O Riachuelo” e “Polianto", chegando a ser Diretor-Secretário deste último, em 1931.
Já em 1932, novamente sua família se transfere agora para a cidade de Capela, instalando aí uma loja de tecidos, onde o poeta passa algum tempo ajudando a família nos misteres comerciais.
Em 1934, agora é Bisuca quem deixa os pais em Capela e trabalhar na Capital do Estado, como empregado da Firma “Aguiar & Irmãos”, de propriedade de seus tios, a mesma Firma com quem trabalhou durante o tempo que viveu em Riachuelo.
No ano seguinte, Sampaio chega, finalmente, a ocupar o lugar que lhe pertencia no terreno das letras atingindo notoriedade, pelo seu talento.
Em 1943, ganha o concurso promovido pela Academia Sergipana de Letras, concorrendo com a poesia “O Rio” e o conto “Maloqueiros” classificados em primeiro lugar.
Mas "Bisuca” vai despontado igualmente fora de Sergipe e em 1944 conquista também em primeiro lugar, Com o poema “Um Clarão vem do Mar”, em concurso literário realizado em Salvador, sendo contemplado com a medalha de ouro "Monteiro Lobato".
Casa-se com Jaci Conde Dias, filha de Aurélio Rezende Dias e Carmelita Conde Dias. Com a morte de seu pai quem passou a tomar conta dela foi seu irmão Antonio Conde Dias, ela também era dedicada à poesia e teve dois filhos - Liana e Danilo Dias Sampaio. No fim dos anos 40 vai morar em Feira de Santana (BA). Depois de uma passagem rápida pelo Rio de Janeiro e São Paulo para tratamento de saúde, retorna para Aracaju e faleceu prematuramente a 03 de abril de 1956 deixando seu nome figurando com destaque entre os maiores poetas sergipanos e do Brasil.
Seus poemas, publicados em jornais e revistas espalhados pelo território sergipano que percorreu como Caixeiro-Viajante, só depois de sua morte foram condensados numa edição publicada pelo Movimento Cultural de Sergipe, ainda em 1956. Em 1967, nasce do ardoroso trabalho do escritor e memorialista Jackson da Silva Lima a primeira coleção de ESPARSOS E INÉDITOS de José Sampaio e em 1993 com o apoio da Fundação Augusto Franco e da Prefeitura Municipal de Carmópolis foi lançado “Poesia & Prosa de José Sampaio”.

Obras de José Sampaio:

Nós Acendemos As Nossas Estrelas
Aracaju, Movimento Cultural de Sergipe, 1954, 41 pp.
Obras Completas
Aracaju, Livraria Regina Ltda., 1956, 117 pp. Edição do Movimento Cultural de Sergipe.
Esparsos e Inéditos
Aracaju, Nova Editora de Sergipe, 1967, 63 pp. (coligidos por Jackson da Silva Lima).
Verso e Prosa
Aracaju, in Revista da Sociedade da Cultura Artística de Sergipe-SCAS/Sub-Secretaria de Cultura-SEC, Ano I – Agosto de 1980, 18 pp. (Série Autores Sergipanos).

Sobre José Sampaio
Araújo, Acrísio Torres in Literatura Sergipana, pp 129-130.
Carvalho Neto, Paulo de, “José Sampaio e o Povo” in Correio de Aracaju, 29/07/1943.
Garcez, José Augusto, “José Sampaio – Poeta Revolucionário” in Correio de Aracaju, 14/09/1957.
Lima, Jackson da Silva, in História da Literatura Sergipana, Vol. I, pp 22, 67, 73, 74, 75 e 87,
In prefácio de Concerto e Arquitetura, de Santos Souza, pp 9-10.
Mendonça, J. A. Nunes, in Velhos Companheiros e Outros Escritos, Aracaju, Livraria Regina Ltda., 1963 pp 61-71.
Souza, Santo, “Mensagem Social na Poesia de José Sampaio” in Revista de Sergipe, Ano I, no 1, nov/56, pp 19, 20 e 45

Opiniões sobre o José Sampaio:
“José Sampaio é um poeta que distanciou a inspiração do cenário ambiental e os motivos alucinadores passam como clarões incontidos sobre o quadro nativo e poderoso de natureza inesquecida, inspiradora e divina." Minha encantada surpresa neste poeta legitimo e senti-lo capaz de erguer a grande mão criadora, não para “ocultar a beleza da aurora”, mas para acender com as cores de seu espírito “as grandes estrelas livres do céu”.
Luiz da Câmara Cascudo – in Obras Completas (de José Sampaio, pp 7-8"

“Ninguém soube auscultar, mais que ele, os clamores de um povo sem voz, e ninguém ver, mais que ele, a massa degradada, sem vez”, ressalta Silva Lima na Organização, Introdução e Notas de “José Sampaio - Poesia & Prosa”: