ANTÔNIO TELES LEITE
(Totonho de Iáiá)
Descendente de tradicional família
proprietária de terra viveu sempre em função do prestígio desfrutado da
sociedade, sem nunca desmerecer esse prestígio, feliz e por todos acatados.
Eram seus pais
os senhores Aristides Ferreira Leite e D. Maria Teles Leite, donos da
propriedade “Maria Teles", situada nos arredores da Cidade.
Era tal o seu
apego à terra natal que dela nunca se afastou, a não ser já nos últimos anos de
sua vida, quando sentiu que as circunstâncias econômicas estavam a reclamar
mudanças na trajetória até então adotada.
Foi na escola
do renomado Professor Emiliano Nunes de Moura em Japaratuba, que o adolescente
Totonho de Iáiá fez seu curso de primeiras letras, tornando-se um admirador da
cultura intelectual, buscando sempre aprimorar seus conhecimentos. Não é nenhum
exagero, guardadas as devidas proporções, considera-lo um dicionário ambulante.
Já homem,
optou pelo comércio, desaguadouro natural de todos que pretendem movimentar e
desenvolver as próprias economias, num meio onde são poucas as opções.
Estabeleceu-se no ramo de gêneros alimentícios, não chegando a se tornar um
grande comerciante, possivelmente pela conduta que adotou, de não girar com o
dinheiro dos fornecedores, somente pagando à vista.
Na vida
pública, pelo conceito desfrutado de cidadão probo, além de suas origens
familiares, chegou a ser nomeado Juiz de Paz e Delegado de Polícia. Em ambos os
cargos teve um desempenho com muita dignidade, marca de seu caráter de homem de
bem.
Nasceu em 23
de fevereiro de 1909 e faleceu em 24 de junho de 1973, aos 64 anos de idade.
Sua morte
ocorreu, havia pouco tempo que estava residindo na capital do estado, deixando
viúva a senhora Maria Célia Leite, com dois filhos, que muito honram a sua
memória, um dos quais tem o seu nome.
Na fase áurea
do charadismo - década de 30 a
50 - foi Totonho um dos maiores cultores do movimento em Carmópolis, de
preferência na modalidade novíssima, deleitando-se com os amigos que também
apreciavam a arte, na criação e interpretação desse tipo de enigma, como seu
passatempo predileto.
TEXTO DE ANTÔNIO CARLOS CONCEIÇÃO (CARLITO)